Apesar de o termo motivação fazer parte do nosso léxico mais comum (todos têm uma ideia do que seja a motivação), isso não retira complexidade ao próprio conceito e aos vários componentes que o influenciam.
Considerando a motivação como um Estado interior que estimula, dirige e mantém, determinado(s) comportamento(s), o qual resulta de impulsos, necessidades, incentivos, medos, objectivos, interesses, pressão social, crenças, valores, expectativas, ela pode apresentar dois tipos distintos:
Extrínseca- motivação baseada numa recompensa, ou numa tentativa de evitar um castigo - A “teoria do pau e da cenoura” apareceu no séc. XIX, quando o filósofo inglês Jeremy Bentham defendeu que toda a acção humana era impulsionada pela fuga à dor ou pela procura da satisfação.
Tanto as teorias motivacionais extrínsecas (behavioristas ou comportamentalistas) como as intrínsecas (cognitivas) se baseiam no princípio de que os indivíduos buscam o prazer ao mesmo tempo que se afastam do sofrimento (hedonismo), de forma a conseguir alcançar um estado de equilíbrio interno. Ao sentir-se desconfortável será iniciado no indivíduo um estado de tensão, que permanecerá até que a sensação de prazer seja novamente estabelecida e é a busca dessa sensação que o motivará para agir. Enquanto que os comportamentalistas acreditam que a necessidade que está na base da motivação está fora da pessoa, nasce de factores extrínsecos, os cognitivistas acreditam que os indivíduos possuem valores, opiniões e expectativas em relação ao mundo que os rodeia, sendo a necessidade gerada internamente.
Um outro aspecto que faz a distinção entre as várias teorias da motivação é o seu objecto de estudo, que para uns será o conteúdo - "o que" motiva o comportamento humano e, para outros, será o processo - "como" o comportamento humano é motivado.
TEORIAS DE CONTEÚDO | TEORIAS DE PROCESSO |
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Tendo em conta que cada indivíduo tem uma forma única de agir e pensar, tornando-o diferente de qualquer outro, não será credível que uma qualquer teoria garanta a sua motivação pois em qualquer organização os mesmos estímulos provocam reacções diferentes nos seus membros e, muitas vezes, as reacções provocadas hoje são diferentes das reacções passando algum tempo, no mesmo indivíduo.
À semelhança das restantes organizações também a escola tem originado vivas análises, investigações e considerações no que respeita à motivação.
A motivação para aprender resulta de um conjunto de factores intrínsecos e extrínsecos como por exemplo:
§ Um estilo de ensino que promova o envolvimento dos alunos com a sua aprendizagem;
§ Um planeamento das actividades lectivas cuidado e que esteja de acordo com as características e necessidades dos alunos;
§ Uma gestão correcta e cuidada da aula, tanto ao nível dos recursos materiais como dos espaços e, acima de tudo dos seus próprios alunos;
§ A consciência do que se quer aprender e como fazê-lo (meta-cognição);
§ A forma como se posiciona perante a aprendizagem – a ausência de ansiedade ou medo do fracasso, a vontade de querer aprender, a satisfação.
Muitos psicólogos e pedagogos se têm dedicado a estudar a importância da motivação na melhoria das aprendizagens dos alunos.
Para Tapia J. e Garcia-Celay, I. (1996) os alunos perseguem metas que determinam a forma como se implicam nas tarefas. Esta metas estão agrupadas em 4 categorias:
§ Metas relacionadas com a tarefa, sem aborrecimento ou ansiedade;
§ Metas relacionadas com o “eu;
§ Metas relacionadas com a valorização social;
§ Metas relacionadas com a obtenção de recompensas externas.
A motivação em contexto de aprendizagem não pode ser vista como algo branco ou preto. Ela envolve aspectos que nós, enquanto professores, conseguimos controlar, uns melhor outros menos bem, como o planeamento das actividades a desenvolver ou a intervenção oportuna com o feedback adequado à situação. Mas também envolve factores que fogem ao nosso controlo, como seja o ambiente familiar que acompanha o aluno ou o facto de este estar com fome por não ter tomado o pequeno almoço.
Contudo, quando paramos para reflectir sobre as nossas práticas, fazendo as escolhas que nos parecem mais acertadas e ensinando de acordo com as necessidades dos nossos alunos, estamos certamente a dar um grande passo no sentido de conseguirmos que os nossos alunos estejam motivados para alcançar os melhores resultados.
Bibliografia
Fontaine, A.M.(2005). Motivação em Contexto Escolar. (Temas Universitários) Lisboa: Universidade Aberta.
Tapia J. e Garcia-Celay, I. (1996). Motivação e Aprendizagem Escolar. Em Coll, C., Palacios, J. e Marchesi, A. (org.) Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas. (389, 406).
Bibliografia
Fontaine, A.M.(2005). Motivação em Contexto Escolar. (Temas Universitários) Lisboa: Universidade Aberta.
Tapia J. e Garcia-Celay, I. (1996). Motivação e Aprendizagem Escolar. Em Coll, C., Palacios, J. e Marchesi, A. (org.) Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas. (389, 406).